Série: Eu nunca
- Coletivo Othala
- 27 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Tem coisas que são certas e certeiras… A água é molhada, o fogo é quente, o governo atual não sabe o que está fazendo nesta pandemia... E esta semana chega mais uma série original na plataforma de streaming da Netflix!
Eu Nunca pode passar despercebida e ser injustamente colocada na lista “mais uma série adolescente boba”. Eu mesma cometi esse erro, é inclusive uma retração que venho fazer aqui, digo hoje que Eu Nunca é uma das melhores séries do catálogo.
Rica por seus personagens diversos e complexas, a séria aposta em representatividade étnica e queer em seu elenco. Nela acompanhamos a protagonista Devi, uma adolescente em seu processo de (re)construção da sua imagem na escola, numa busca de definir uma nova identidade para si mesma. Nesse processo acompanhamos a função da persona em sua função de adaptação ao meio social, mas também para nos proteger de nós mesmos em buscas de certezas.
Em uma cena emblemática a terapeuta de Devi pergunta: “mas o que você sente?”, ao que a adolescente responde: “não importa o que sinto, importa como estou parecendo”. A definição de Jung da neurose como um desenvolvimento unilateral da psique se faz presente nessa série, e podemos ver o movimento de desenvolvimento, flexibilidade e expansão de Devi que aprende a acolher em si inclusive as coisas que ela não quer ver.
Temos aqui uma série notadamente feminina, em que o maternidade e as relações entre mães e filhas adolescentes entram em foco e presenciamos vários modelos de parentalidade, temos a mãe que repreende, a mãe que compete, a mãe que acolhe, podemos ver os desafios das filhas e os desafios das mães e podemos facilmente nos identificar com elas em vários momentos.
Não diga “eu nunca vou assistir a Eu Nunca!”. Dê uma chance para essas personagens incríveis! ;)
Dica de @psi.jugi
Originalmente publicada em @othalapsi - nosso Instagram! - no dia 31 de agosto de 2020.
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