Mitologias Arquetípicas: Apolo, Dionísio & Ártemis
- Coletivo Othala
- 26 de out. de 2021
- 2 min de leitura

Hoje continuamos nossa série de estudos em Mitologias Arquetípicas.
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Mas por que estudamos tanto os mitos gregos?
Gustavo Barcellos nos apresenta o estudo dos mitos gregos como uma forma de compreendermos uma parte da nossa “genealogia” cultural enquanto ocidentais. A cultura grega é uma das que teve seus registros mais bem preservados e documentados à maneira que foi estabelecida como o padrão para os posteriores estudos.
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Falaremos agora um pouco sobre a tríade Apolo, Dionísio e Ártemis. Para início de conversa temos logo o fato de que estes três são deuses irmãos. Todos filho de Zeus, e que por isso compartilham algo em comum, uma origem e portanto uma dinâmica até certo ponto horizontal e fraterna, uma relação íntima.
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Em Apolo, temos uma ideia de conhecimento pelo distanciamento, há pureza, limites, clareza. Em Dionísio há o conhecimento pela aproximação, a mistura, os limites borrados, o vinho. Entre estes dois deuses há uma dinâmica entre a razão e a loucura.
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“O exame desses deuses vai nos revelando o quanto de êxtase existe dentro da razão, o quanto a razão pode ser louca e a loucura razoável, que não existe razão que não seja, em parte, louca. A racionalidade é um tipo de loucura e a loucura é um tipo de racionalidade.”*
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Ártemis, também irmã desses dois, nos fala algo sobre a natureza selvagem, distante, intacta, casta, pura e sublime para além do alcance da ação deliberada do homem. Logo, assim como Apolo, Ártemis nos fala sobre distanciamento e limites. Ela marca a fronteira e os limiares, a passagem do jovem para a vida adulta e a passagem da natureza selvagem para a civilização. Ele nos fala do distanciamento necessário para o conhecimento racional.
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*Gustavo Barcellos - Mitologias Arquetípicas.
Texto por: @Psi.eh
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Imagem: Estátua de bronze de Apolo por Jacopo Sansovino - Itália
Postado originalmente em @othalapsi no dia 27 julho de 2020.
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