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Cenas de um casamento de Ingmar Bergman

  • Foto do escritor: Coletivo Othala
    Coletivo Othala
  • 4 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura



Com roteiro e direção de Ingmar Bergman, Cenas de um casamento é uma série sueca de 1973, adaptada posteriormente em formato de filme. Aqui vemos um recorte da relação de Johan (psicólogo, 42) e Marianne (advogada, 35 anos), a história e a construção desses personagens é absolutamente envolvente.


Impossível não se identificar e se mobilizar frente a esses personagens. Nas palavras de Ingmar Bergman “(John e Marianne) Mostram-se angustiados, felizes, tolos, bons, inteligentes, bem comportados, dedicados, zangados, tolerantes, sentimentais, insuportáveis e adoráveis - em resumo, humanos”.


Logo pelo título podemos supor com grande grau de certeza que a obra com facilidade vai ilustrar dinâmicas anímicas na conjugalidade e enamoramento, por isso nessa indicação quero chamar atenção para outros constructos junguianos.


Não por acaso a crise conjugal dos protagonistas se dá em plena metonímia, e podemos acompanhar de camarote os jogos de forças e compensações, entre luzes e sombras. Marianne começa a peça quieta, inerte, há cenas em que ela se apresenta completamente apática e alheia, ao longo da narrativa ela cresce, engrandece e se vitaliza. Já em Johan vemos o movimento oposto, ele começa emotivo, decidido, cheio de certezas e vemos ao longo das cenas ele se apequenar e diminuir frente suas próprias dúvidas e vulnerabilidades. Johan tem sua crise egóica e não se levanta do seu tombo à la Ícaro.


Já o que me encanta nessa narrativa foi o despertar de Marianne ao notar que a performance de sua persona socialmente prescrita (de boa esposa, boa mãe, boa filha e boa mulher) sufocava sua individualidade, embotava sua afetividade e interditava sua liberdade e a possibilidade de relacionamentos autênticos. Em um movimento de individuação ela despoja a si dos invólucros da persona para encontrar o si-mesmo.


MARIANNE: Imagine se nós pudéssemos nos encontrar como as pessoas que nós deveríamos ter sido. E não como as pessoas que tentam desempenhar os papéis que todos os poderes possíveis e imagináveis nos atribuem.

JOHAN: Eu acho que é impossível. A dissimulação começa no berço e continua a vida toda. Nenhuma pessoa no mundo pode encontrar-se si mesma, como você diz.

MARIANNE: Não é verdade. Eu vivo agora uma vida muito mais honrosa do que nunca”.


Dica de @psi.jugi




Cenas de um casamento

Autor: Ingmar Bergman

Editora: Círculo do Livro

Os episódios da série estão disponíveis no YouTube!


Originalmente publicado no dia 21 de dezembro de 2020, em nosso Instagram @othalapsi!


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